Ceuta, Espanha

Entrada/saída do terminal marítimo de Ceuta. Por cima da pala, pode ver-se o brasão de armas da cidade autónoma com os 7 castelos e 5 quinas portuguesas, encimado pela coroa real espanhola.

A 21 de agosto de 1415 tropas portuguesas comandadas pelo rei D. João I acompanhado pelos seus filhos Duarte, Pedro e Henrique, desembarcaram no que são atualmente as praias de Santo Amaro e conquistam a cidade para Portugal. Diante das disputas de vários capitães para ficarem com o governo da cidade depois da conquista, Pedro de Meneses apresentou-se ao rei com um pau chamado “aleo”, usado num jogo popular na época, e quando D. João lhe perguntou se era suficientemente forte para tomar a seu cargo a responsabilidade do governo de Ceuta terá respondido: «Senhor, este pau basta-me para defender Ceuta de todos os seus inimigos». Pedro de Meneses foi então nomeado primeiro governador e capitão-geral de Ceuta. O pau (Aleo) ainda hoje se encontra na santuário de Nossa Senhora de África e passou de mão em mão por todos os generais que estiveram no comando da praça jurando defender a cidade tal como o fez Pedro de Meneses.

Num tratado assinado com o rei de Fez, este reconheceu Ceuta como portuguesa. No mundo cristão, a cidade foi reconhecida como possessão portuguesa nos tratados das Alcácovas (1479) e de Tordesilhas (1494). No contexto da Dinastia Filipina, que se seguiu à morte de D. Sebastião em 1580, Ceuta manteve a administração portuguesa, tal como Tânger e Mazagão. Todavia, quando da Restauração Portuguesa em 1640 não aclamou o Duque de Bragança como rei de Portugal, ficando sob domínio espanhol. A situação foi oficializada em 1668 com o Tratado de Lisboa, assinado entre os dois países e que pôs fim à guerra da Restauração, no entanto, a cidade decidiu manter a sua bandeira que é composta por gomos brancos e pretos, à semelhança da da cidade de Lisboa, ostentando ao centro o escudo português.